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Sou uma pessoa feliz, que adora viver, um ser feminino que ama ser mulher em todas as horas do dia. Trabalho e adoro música porque ela é força, razão, sensibilidade e emoção. Minha palavra chave é superar porque através da superação eu renasço das cinzas!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Como tudo começou

Como tudo começou.
Rosa Biancardi
ou
Rosa Maria Biancardi
Minha história começou no dia 7 de março de 1952 na Maternidade São Paulo onde nasci.
Vivi minha infância na Rua Maceió onde eu morava e na Avenida Angélica onde minha “bisa” morava. Fui educada no meio de mulheres fortes, homens protetores, enfim minha família era uma pequena aldeia que vivia uma história única e como em toda família, aprendi o que se deve fazer e também muitas vezes, aprendi o que não se deve fazer. Mas, a parte positiva ganhou. Quanto às mulheres da família a herança genética foi maravilhosa, minhas bisavós, eram verdadeiros furacões de força, a “Vovó Mariana”, ficou viúva grávida da minha avó e tinha mais cinco filhos. Ela criou os filhos sozinha e muito bem criados, alguns com nível universitário como um engenheiro, um contador e todos fizeram pelo menos um curso técnico. Eram homens bonitos, inteligentes, modernos, alguns até participaram de movimentos políticos, eram meio anarquistas (daí vem um pouco da minha genética), minha avó como todas as mulheres era super prendada e muito religiosa.
Minha Avó materna: Rosa
Esta parte feminina, não parou por aí, tive tias meio “revolucionárias”, ou seja, atacadas e modernas demais para a época, minha mãe era um exemplo de força e sabedoria. Pareciam mulheres celtas que iam para a guerra com seus maridos. Meu avô era moderno, jogava sinuca como ninguém e esquecia-se da vida e minha “bisa” ia buscá-lo e dava-lhe um belo do sermão porque ele tinha mulher e filhos em casa e não podia ficar nas “baladas”, mas, era um super trabalhador. De família rica, bem moço deu seu grito de independência e começou a fazer sapatos. Logo fazia sapatos para “as madames” da Consolação, da Angélica e de Higienópolis como costumava a dizer; e não parou por aí, foi líder sindicalista naquela época! Eram todos filhos ou italianos natos, portanto, eu sou “um produto nacional com matéria prima importada” e tenho no sangue a força das mulheres lutadoras, a vontade de estudar e saber dos meus tios, a anarquia e a mania de curtir a liberdade do avô materno, a intuição e a espiritualidade do meu avô paterno, do meu pai e da minha mãe. Logicamente, com esta genética, eu não poderia ser tranqüila, acomodada mesmo! Minha infância foi muito gostosa, eu era terrível, subia nas árvores do quintal, sabia manejar perfeitamente um estilingue, falei muito cedo, era curiosa e aprendi a ler muito cedo. Meu “Play Center” era o Parque Buenos Aires e o Parque Trianon. O shopping daquela época ficava na Rua da Consolação onde minha mãe comprava tecidos, brinquedos, sapatos e roupas. Mas, na realidade o que marcou e direcionou a minha vida, não foi quando e onde nasci e sim as vezes que eu “renasci” ora feito uma borboleta que sai do casulo, ora como a Fênix que renasce das cinzas. Estes pequenos furacões que cruzavam o meu caminho fizeram com que cada vez mais eu adorasse ter nascido mulher e desse mais valor e sabor à minha vida. Meu batismo de furacões coincidiu com minha pré adolescência quando meu pai e meus tios perderam a Indústria Metalúrgica e os bens, pois, eles honraram as dívidas e para pagá-las tiveram que vender terrenos imensos em plena Rua Maceió. Bem, como diz o ditado: - Vão os anéis e ficam os dedos, o meu piano e minha criatividade. Eu já fazia algumas peças artesanais (este termo é mais moderno) para ter o meu dinheiro, mas, a situação realmente estava “bem delicada” para o meu lado. Comecei a dar aulas com menos de quinze anos. E, por falar nisto, minha festa de debutante foi “chiquérrima”: - Petite comité porque não dava para convidar muita gente, sanduíches de Pão Pullman com patê de mortadela batida no liquidificador com maionese e picles, um bolo pão de ló coberto com creme de leite e decorado com pêssegos em calda, Ki Suco e fotos coloridas tiradas pelo meu primo Paulo. Minha mãe fez um vestido novo para mim: tubinho azul marinho com detalhes em vermelho, mais o sapato que ganhei de aniversário e o traje estava pronto. Minhas amigas e eu ficamos reunidas conversando e “paquerando” no terraço da casa alugada em que eu morava na Rua Henrique Schaumann, 1126. (Esta casa ainda existe e cada vez que passo por lá vejo no seu terraço lembranças e um grande troféu de superação.)
Meu primo Paulo, eu, Regina, irmã da Helenice(não lembro o nome), Helenice, Inês, Rosana, Maria Clara, Cibele, Lia, Rosa, Ana Lúcia, (eu de novo).
Mamãe e eu.
Neste momento, comecei a aprender que a minha felicidade e o meu sucesso só dependem de mim. Continuei a estudar no Colégio “Stella Maris” com bolsa de estudos, e não podia tirar nota baixa nem “nota vermelha“ e muito menos ficar de 2ª época (o que hoje é chamado de recuperação) senão adeus bolsa de estudos.
Lembrança do Stella Maris
Sueli, Maria Celia, Eu, Cely, Irmã Pia, (a loirinha era muito quietinha e eu não lembro o nome porque ela evitava a minha turma de bagunça) Ida Luiza, Elcy, Maria Cecília e Maria Celina.
Era o auge dos anos 60, jovem guarda, relógio Seiko, calças Lee e sapatos da Tob. Muitas vezes eu estava de sapato furado porque peguei o meu dinheiro e comprei um sapatinho para passear, tudo bem, “palmilha de caixa de sapatos” para não furar a meia. Desde então eu conheci e pratiquei a “lei da atração” porque fazia verdadeiros milagres com o dinheiro que ganhava com minhas aulas. Aprendia a garimpar e saber escolher porque quando você quer você consegue, e “como diz o ditado”: -Quem procura acha! E, minha amiga, aprenda a procurar coisas boas porque tudo o que se procura se acha! Usava minhas calças Jeans muito linda e transadas compradas na “Zépa”, rua José Paulino, sapatinhos lindos e baratos comprados em liquidações e como não existiam os outlets ou os camelôs para comprarmos “moda genérica”, eu comprava os meus relógios na importadora Buda que era do meu primo, assim pagava mais barato e tinha garantia. Fora outros paraísos de moda com qualidade e preço como a rua Direita, a Praça do Patriarca e as lojas boas daquela época como o Slooper, o Mappin, a Modélia, e as lojas de calçados do centro de “Sampa”. Assim eu fui feliz e sabia ser feliz porque sempre enfrentava os problemas e dava um jeito em tudo.
”Amigas”, eu dei aulas no Mobral!
Este foi apenas um dos furacões da minha vida, eu renasci das cinzas várias vezes, dizem que é uma das características das pessoas que nascem no signo de Dragão, no horóscopo Chinês. Outra característica deste signo que soube a pouco tempo, é que as mulheres de Dragão, são difíceis de casar, ainda bem que só tomei conhecimento deste particular depois de quatro casamentos e um funeral. Bem, falando em casamento, eu casei cedo, com 22 anos e no regime de “plena comunhão de dívidas”.
Entrada Triunfal...
Olhem a cara da minha mãe!
Foi um casamento atribulado, pois, a família dele não me aceitava poor vários motivos: 1. Não gostavam de Italianos. 2. Queriam uma moça do interior porque moravam no interior. 3. Eu fumava. 4. Desfila para uma confecção, onde minha mãe trabalhava como vendedora antes de ser promotora de vendas no Avon. 5. Andava maquiada. 6. Era rápida nas respostas e nem um pouco submissa. No primeiro ano de casada eu estava “preparando o terreno” para me separar, quando descobri que estava grávida.
Maria Carolina, minha Princesa
Foi a coisa mais linda que aconteceu na minha vida.
Curti o “barrigão” sozinha porque a família dele encheu e ele não sabia o que fazer e ficava alheio. Trabalhei até uma semana antes do parto e voltei a trabalhar 20 dias depois. Como eu gostava e gosto do que faço, e estava muitíssimo feliz com a vinda da minha filha, planejei meus horários para estar presente no crescimento da minha princesa e continuar sendo a profissional que sempre fui. No enxoval da Carol (minha princesa), tinha tudo, biblioteca infantil (consegui “viciar” minha filha na leitura), discos (ela dormia ouvindo músicas clássicas e acordava com Beatles e Rock dos anos 60), e, logicamente, equipamentos para que ela ficasse bem comigo sem atrapalhar as aulas quando eu estivesse em uma empregada para me ajudar.
Minha princesa não é linda?
Aliás, até encontrar a minha querida Tetê; foram 21 tentativas em um ano e meio. Na minha gravidez, engordei 35 quilos, mas, um ano depois do parto eu já estava magra novamente. Nesta época, meu marido perdeu o emprego. Lá vai o Dragão novamente. Sustentei a casa e o ajudei a abrir uma empresa da qual fiquei sócia. Eu tinha 60 alunos, 30 diretos comigo porque eram adiantados e 30 em esquema de rodízio com minha assistente para eu poder acompanhar o andamento de todos, o que somando dava 45 aulas por semana comigo. Tive uns problemas femininos, operei os ovários com 26 anos com direito a pneumopelvigrafia (não tinha ultrasson e este tipo de exame era uma tortura de dolorido), choque da anestesia e suspeita de infecção. Conquistei minha alta à unha; cabelos trançados, batom, blush e um médico sorrindo ao ver meu look hospitalar. Como planejei a cirurgia nas férias escolares, logo voltei a trabalhar.
Meu casamento estava um caos!
Com 29 anos me separei e a “leoa adormecida” que eu carregava em segredo aflorou!
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido
Ter virado o barco, ter me socorrido...
Começar De Novo - Ivan Lins / Vitor Martins
Este era o tema de “Malu Mulher” uma série cujo assunto era a vida de uma mulher separada e Regina Duarte era a protagonista. “Malu” e eu estreamos a Lei de Nelson Carneiro (que legalisava a separação – 1980). Renasci, sobrevivi e venci mais uma vez!
Curti a vida, ou melhor, curtimos: eu e Carol.
Fiz uma meta para nós duas: todo ano conheceria um lugar diferente.
Carol e eu em uma das nossas viagens.
E cumpri! Assim, minha pequena e eu, nos divertiamos e ficavamos cada vez mais amigas. Ela ia para as baladas comigo e toda turma mimava e curtia a Carol.
Uma balada de Ano Novo que minha filha me levou.
Depois, ela me levava para as baladas. Neste tempo, Tetê já fazia parte da minha família.
Tetê era o apelido de nossa amiga “mãinha” que veio trabalhar comigo quando a Carol tinha um ano e meio e participou de nossas vidas por 26 anos quando Deus resolveu que ela deveria “cuidar Dele”. Ela assistiu, me apoiou e participou de todos os meus momentos e de todos os meus “renascimentos” de 1977 até o ano de 2003. Com 34 anos, tentei outro relacionamento que infelizmente também não deu certo. Estava vivendo com ele e com 36 anos tive que retirar meu útero por conta de um tumor que Graças a Deus foi benigno. Como ele disse que eu ficaria fria, neurótica e gorda quando o médico falou sobre esta hipótese, quando soube que a cirurgia era necessária terminei o meu relacionamento porque era demais para mim, conviver com ele sabendo da sua opinião.
Assim tirei o útero do meu corpo e o marido da minha vida!
E... Aprendi que quem não pode com a mandinga não carrega o patuá! (Aliás, este é o tema de uma das minhas crônicas, aguarde.) Não foi fácil! Vendi meu carro para pagar “as dívidas do casal” comprei um mais barato e “comecei de novo”. Um ano depois eu estava com dois carros na garagem, o velhinho e um Santana Evidence maravilhoso que apelidei de “Jean Pierre”. Confesso que estes não foram os maiores furacões da minha vida, depois disso passei por cada um que prefiro deixar no passado para liberar meus sentimentos e atrair boas energias. Mas, cada vez que eu renascia das cinzas, me sentia mais forte, mais viva, mais mulher, mais sábia e feliz porque tinha certeza de que estava feliz e limpa com minha consciência e cada vez mais percebia que nada poderia me abater.
A mulher quando descobre sua força feminina reina absoluta e naturalmente.
Sempre gostei de escrever, e quis passar para as mulheres um pouco do que aprendi para também passar mensagens positivas, assim elas saberiam que tem tudo para vencer, superar e realizar.
Então, resolvi escrever meu primeiro livro.
Ninguém acreditou! Nem o “Pato Donald”, apelido secreto (que agora não é mais) que eu dei pára o meu companheiro daquela época, porque nunca soube bem o que nós éramos um para o outro. Eu sentia ironia e sarcasmo no olhar das pessoas. Resolvi calar a boca e ir à luta!
Em Agosto do mesmo ano, “Viver Simplesmente” foi lançado pela Editora Gente com direito a “Destaque da Semana” da Livraria Siciliano do Shopping Eldorado. Assim comecei mais uma carreira além de professora de piano e “Mary Help” – minha profissão de imprevistos onde eu já fui “Letrista de Diplomas”, vendedora de roupas, professora de acompanhamento escolar (também fiz Normal – antigo Magistério).
Lançamento de um dos meus livros
Hoje tenho 14 livros editados e esgotados e estou lançando o décimo quinto em 2010. Ler ou estudar sempre foi um motivo de prazer para mim, parece que eu tenho “fome de saber”! Numas destas buscas, comecei a estudar neuro lingüística, linguagem cerebral, sensorial e corporal. Com isto, adquiri uma comunicação efetiva que abria mais portas para mim e fiquei deslumbrada com as descobertas que fiz: simplesmente consegui entender de forma factual e científica porque “as coisas davam certo para mim” como todos diziam. Ou seja, descobri “A lei da Atração” com explicações detalhadas e científicas na década de 90 e no Brasil. Sabia decodificar as personalidades apenas com a linguagem corporal e o dialeto usado pela pessoa.
Tudo era simples e claro para mim.
Nesta época começou a “onda de treinamentos mirabolantes” com executivos, onde os orientadores aplicavam dinâmicas “inusitadas” com eles como: pular fogueira, subir em árvores, aventuras ecológicas, etc. Depois do primeiro mês, saíam os hematomas, a empolgação e toda a motivação dos treinamentos. Foi quando resolvi criar meu treinamento “produtividade Total” que foi registrado e é procurado e ministrado até hoje, pois, trabalha com fatos, hábitos e postura (conceitos que não são sazonais). Mais uma vitória muito gostosa que me reforçou muito, deixando-me mais confiante em minha capacidade.
Assim, eu saboreio a minha vida e vivo intensamente.
Gosto de fazer bem feito, não faço nada pela metade. Aprendi que tudo tem um segredo, se você souber trabalhar com sua postura, seus pensamentos, seus sentimentos, sua comunicação e principalmente com seu “modus operandi” (maneira de agir), você pode conquistar tudo: dinheiro, felicidade, beleza (sem cirurgias, mas, a eterna que irradia), bens, saúde, paz, amor, etc. Tudo depende da força que você conquistou e dos hábitos que cultivou.
Quem semeia, colhe!
Hoje, além de tudo o que citei, fui convidada por uma agência para fazer parte do seu “casting”.
Que delícia, 57 anos bem vividos e reconhecidos!
A vida é linda e fica mais linda ainda quando vemos que contribuímos para fazer mais vidas lindas.
Por este motivo que comecei o meu Blog!
Três gerações: obrigada mãe por seu exemplo!
Brilhe sempre!
Saudades!

2 comentários:

  1. Airton " Homem Sonhador "16 de fevereiro de 2010 às 13:00

    Amiga Rosa Maria,
    Visitei o seu Bolg,e gostei de conhecer os seus sonhos e suas lutas, quase todas realizadas...
    Por tudo que eu tive conhecimento a seu respeito pude perceber o quanto você é iluminada e de alma pura... Parbéns e siga sempre enfrente, pois a humanidade precisa de pessoas assim como você.
    Um Abraço,
    Airton
    " Homem Sonhador "

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  2. Querida Rosa maria, estava eu procurando por um livro seu quando abri seu blog e resolvi ler "onde tudo começou", e fiquei encantada com sua história pois por íncrivel que pareça é muito parecida com a minha e você me mostrou que sim cada vez que renascemos das cinzas voltamos mais fortes e confiantes na "força feminina" que toda mulher tem, pena não te conhecer pessoalmente quem sabe uma outra oportunidade, mas saiba que acredito muito que já fomos amigas um dia e estou aqui para te dizer que ainda somos...
    Um grande abraço apertado...
    Bella-SP

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